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Ovos aumentam o Colesterol?

Essa é uma questão um tanto polêmica, que já teve respostas diferentes ao longo do tempo. contudo, uma coisa que é certa, o ovo contem uma quantidade relativamente alta de colesterol.

Um ovo de galinha de tamanho médio (cerca de 50 gramas) contém aproximadamente 186 miligramas de colesterol. Este valor pode variar ligeiramente dependendo do tamanho do ovo e de outros fatores dependentes da galinha e da criação da mesma, mas geralmente está dentro dessa faixa. A maior parte do colesterol está na gema do ovo, enquanto a clara praticamente não contém colesterol.

Primeiramente, é importante distinguir entre o colesterol dietético (presente nos alimentos) e o colesterol sanguíneo (presente no sangue). Estudos de forma geral, mostram que, para a maioria das pessoas, o consumo de colesterol dietético tem um impacto nulo, ou relativamente pequeno nos níveis de colesterol sanguíneo. E sabemos que corpo humano produz a maior parte do colesterol no sangue e ajusta a produção com base na ingestão dietética, quem consome mais produz menos e vice-versa.

Com isso, pode-se dizer que os ovos tem um efeito mínimo nos níveis de colesterol total e LDL (colesterol “ruim”) na maioria das pessoas. mas em alguns casos, o consumo regular de ovos pode aumentar o colesterol.

Há uma pequena porcentagem da população que é geneticamente mais sensível ao colesterol dietético e pode experimentar um aumento mais significativo nos níveis de colesterol LDL ao consumir ovos. Essas pessoas são conhecidas como “hiper-respondedores”.

Alguns estudos bem elaborados demonstram que a resposta ao colesterol do ovo é proporcional ao nível de colesterol basal de cada pessoa, sendo assim pessoas com baixos níveis de colesterol no sangue, teriam mais resposta do consumo de ovos, enquanto pessoas que já possuem um colesterol mais elevado no sangue não veriam um aumento ainda maior graças ao consumo de ovos.

O efeito do consumo de ovos e aumento do colesterol nunca deve ser avaliado isoladamente, também depende da dieta geral do indivíduo. Uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis, pode “neutralizar” os efeitos negativos de uma ingestão moderada de colesterol. Por outro lado, uma dieta rica em gorduras saturadas e trans pode exacerbar o impacto do colesterol dos ovos.

A orientação nutricional atual de várias organizações de saúde, como a American Heart Association, sugere que o consumo de um ovo por dia é aceitável para a maioria das pessoas quando parte de uma dieta equilibrada. Para pessoas com diabetes ou doenças cardiovasculares, é aconselhável monitorar a ingestão de colesterol e consultar um profissional Nutricionista para receber recomendações personalizadas.

Ou seja, embora os ovos contenham uma quantidade significativa de colesterol, para a maioria das pessoas, o consumo moderado de ovos não aumenta substancialmente os níveis de colesterol no sangue nem o risco de doenças cardíacas. A chave como sempre é a moderação e a consideração do contexto da dieta geral, além  do estilo de vida e características hereditárias. Assim, os ovos podem fazer parte de uma dieta saudável e equilibrada, oferecendo benefícios nutricionais valiosos, como proteínas de alta qualidade, vitaminas e minerais.

De toda forma se você é uma pessoa que não gosta de ovos, você não estará perdendo nada ao deixar de consumi-los, pois os nutrientes presentes nos ovos podem ser obtidos de diversas outras fontes alimentares.

Referências:

https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0140673684921688

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2125600/

https://www.mdpi.com/2072-6643/9/2/89

https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1559827619892198

https://www.axios.com/2019/12/14/eggs-cholesterol-funding-study