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Albumina e Gases (peidos)

Albumina causa gases? Entenda o motivo e o que fazer

A albumina, especialmente na forma em pó derivada da clara do ovo, é uma fonte de proteína de alta qualidade muito utilizada por praticantes de atividade física. No entanto, uma queixa frequente entre os usuários é o aumento de gases, tanto em quantidade quanto em odor. Mas por que isso acontece?

A resposta está na combinação entre digestibilidade da proteína e o estado da microbiota intestinal. A albumina é rica em aminoácidos sulfurosos, como a metionina e a cisteína. Esses aminoácidos, quando metabolizados por determinadas bactérias intestinais, produzem compostos como o sulfeto de hidrogênio, que têm odor bastante desagradável.

Além disso, muitas pessoas apresentam uma microbiota intestinal desregulada (o que chamamos popularmente de disbiose), com excesso de bactérias fermentadoras e baixa diversidade de espécies benéficas. Nesses casos, qualquer proteína que não for completamente digerida e absorvida no intestino delgado pode acabar fermentando no intestino grosso, gerando gases, distensão abdominal e desconforto.

O corpo se adapta com o tempo?

Geralmente, sim. Com o uso frequente e o ajuste da dieta, o organismo tende a se adaptar. A produção de gases costuma diminuir conforme a microbiota intestinal se equilibra e o trato gastrointestinal se ajusta à presença da proteína concentrada. Mas isso não acontece para todos, e em alguns casos pode ser necessário intervir com estratégias nutricionais mais específicas.

O que pode ser feito?

  • Introdução gradual: Comece com doses menores de albumina e aumente progressivamente. Isso dá tempo para que o sistema digestivo se adapte.

  • Ajuste no momento do consumo: Evite ingerir albumina junto com alimentos muito fermentáveis (como feijões, brócolis ou couve-flor), e prefira consumir em horários distantes de refeições pesadas.

  • Aumento do consumo de fibras solúveis: Fibras como o psyllium, presentes também em frutas como maçã, pera, banana e aveia, ajudam a alimentar bactérias benéficas e favorecem o equilíbrio da microbiota intestinal.

  • Uso de probióticos: Alimentos fermentados (como kefir, iogurte natural, chucrute e kombucha) ou (quando indicados)  suplementos probióticos podem ajudar a restabelecer um ambiente intestinal mais saudável.

  • Hidratação adequada: Beber água ao longo do dia auxilia o funcionamento intestinal e melhora o efeito das fibras, diminuindo a fermentação prolongada.

Quando procurar ajuda?

Se, mesmo com essas estratégias, os sintomas persistirem, é importante investigar outras possíveis causas, como hipocloridria (produção insuficiente de ácido no estômago), disfunções digestivas, intolerância à clara do ovo ou até mesmo sobrecarga proteica.

Um nutricionista pode ajudar a ajustar o plano alimentar, avaliar o perfil digestivo do paciente e, se necessário, encaminhar para exames mais específicos. A ideia é que o suplemento proteico seja um aliado, não um gerador de desconforto.