Manteiga vs Margarina: o duelo épico das torradas
Um dos debates mais antigos da nutrição moderna: afinal, o que é melhor, manteiga ou margarina?
Todo Nutricionista precisa responder essa questão mais cedo ou mais tarde!
À primeira vista, parece uma escolha inocente, mas ela carrega séculos de história, marketing agressivo, avanços da indústria alimentícia e uma boa dose de ciência nutricional.
Manteiga
A manteiga é praticamente um produto ancestral. É feita a partir do creme do leite, batido até se separar em gordura e soro. Simples assim. É um alimento minimamente processado e, por muito tempo, foi vilanizada por conter gordura saturada, acusada de aumentar o colesterol e provocar doenças cardiovasculares e é verdade, isso faz sentido
Mas sabemos que o impacto dela na saúde depende de muitos fatores, como o tipo de gordura consumida no restante da dieta, o estilo de vida e até a genética da pessoa.
Margarina
Já a margarina surgiu no século XIX como uma alternativa mais barata à manteiga. Em vez de vir do leite, ela é feita com óleos vegetais, como soja, canola ou milho. Para que esses óleos fiquem sólidos, o processo original envolvia a famosa hidrogenação, que criava as temidas gorduras trans, essas sim, unanimemente odiadas pela ciência.
As gorduras trans artificiais elevam o colesterol ruim (LDL), reduzem o bom (HDL) e aumentam o risco cardiovascular de forma mais clara do que a gordura saturada jamais conseguiu.
Com o tempo, a indústria reformulou muitas margarinas, eliminando e reduzindo as gorduras trans. Hoje, encontramos versões mais modernas feitas com óleos interesterificados ou processamentos que evitam a trans, e com adição de fitoesteróis, que podem até ajudar a reduzir o colesterol.
No campo da saúde, portanto, o duelo é mais equilibrado do que parece. A manteiga, em pequenas quantidades, pode fazer parte de uma dieta equilibrada. Ela contém vitamina A, pequenas quantidades de D e K2 (frações nas porções adequadas) e um sabor que conquista gerações.
Já a margarina pode ser vantajosa se for livre de gorduras trans (hoje a legislação proíbe gordura Trans) e usada com moderação, especialmente para quem precisa controlar o colesterol. Mas é preciso ler o rótulo, e entender o que ele quer dizer.
No fim das contas, o verdadeiro vilão não está na manteiga nem na margarina, mas no exagero. Uma colher a mais aqui, um pão a mais ali, e de repente a disputa deixou de ser sobre qual, mas sim o quanto.
Bom lembrar que nenhum alimento isolado vai salvar ou arruinar sua saúde. A dieta como um todo, o movimento diário, o sono bem dormido e o estresse bem gerido falam muito mais alto.
Então, na próxima vez que estiver diante da sua torrada, não se sinta pressionado a fazer a escolha “perfeita”. Faça a que cabe no seu paladar, no seu estilo de vida e, claro, no seu plano alimentar. O importante é saber o que está passando no pão, e o que isso representa no seu contexto de saúde. Afinal, ciência também é feita com prazer à mesa.