A chave secreta para queimar mais gordura? O que a Ciência diz!
E aí? Tudo Multes? espero que sim, pois hoje o tema é emagrecer tomando uma pílula mágica. Se você acompanha notícias sobre emagrecimento, ciência, metabolismo e coisas parecidas pode ser que já tenha ouvido falar dessa Proteína.
Como me mandaram notícias de revistas com manchetes sensacionalistas, resolvi dar uma investigada no que de fato confere ou não confere nessa situação.
A descoberta da ação, e inibição de uma proteína. A MTCH2 (Mitochondrial Carrier Homolog 2).
O que é MTCH2, afinal?
De forma simples e direta: é uma proteína que mora nas nossas queridas mitocôndrias, conhecidas usinas de energia que você provavelmente ouviu falar lá nas aulas de biologia da escola.
Essa proteína tem um papel meio discreto, mas que se mostrou extremamente poderoso: ela ajuda a regular como nossas células usam a energia. E adivinha? Ela faz isso controlando se o corpo vai armazenar energia como gordura ou se vai gastar mais calorias.
Mecanismos de ação conhecidos
O MTCH2 (Mitochondrial Carrier Homolog 2) é uma proteína localizada na membrana externa da mitocôndria, com papel fundamental na regulação do metabolismo energético celular. Diferente dos transportadores clássicos da família SLC25, o MTCH2 atua como um modulador da dinâmica mitocondrial, influenciando diretamente processos de fusão, fissão e turnover mitocondrial. Estudos demonstram que sua principal função metabólica está relacionada ao controle da oxidação de ácidos graxos e à regulação da eficiência bioenergética.
Quando funcional, o MTCH2 age como um freio metabólico, limitando a entrada de lipídios na mitocôndria para oxidação, favorecendo o armazenamento de energia e reduzindo o gasto energético. Esse mecanismo está associado a um fenótipo de maior adiposidade e menor termogênese.
Por outro lado, a inibição ou deleção do gene MTCH2 leva a um aumento expressivo na fragmentação mitocondrial, estimula a autofagia mitocondrial e eleva o fluxo de oxidação de ácidos graxos, resultando em maior gasto calórico e ativação da termogênese, especialmente no tecido adiposo marrom e na conversão de adipócitos brancos em marrom.
Além disso, o MTCH2 participa da regulação da apoptose ao facilitar a translocação de proteínas pró-apoptóticas, como BID, promovendo a permeabilização da membrana mitocondrial e a liberação de citocromo c. Dessa forma, sua atuação se estende além do metabolismo energético, impactando também processos de morte celular programada e homeostase mitocondrial.
Por que isso é promissor?
Porque alguns pesquisadores fizeram um experimento: eles desativaram o MTCH2 em camundongos de laboratório.
Resultado?
Os bichinhos passaram a gastar mais energia.
Queimaram mais gordura.
Não acumularam gordura no fígado (adeus, esteatose!).
E, pasme, não engordaram nem comendo mais calorias.
Basicamente, o metabolismo deles virou uma máquina turbo, gastando energia como se não houvesse amanhã.
Onde que eu posso comprar inibidor de MTCH2?
Calmaaaaaa, ainda é cedo. Aqui é que entra o lado sério da história.
Por enquanto, todos esperimentos foram feitos em animais e em células em laboratório.
Não existe ainda nenhum medicamento, suplemento ou biohack milagroso que bloqueie o MTCH2 em humanos.
Se alguém te prometer isso hoje, já sabe: fuja, porque é golpe de charlatão.
Mas e o futuro?
É aqui que a coisa fica interessante. A própria comunidade científica considera o MTCH2 um dos alvos mais promissores na luta contra obesidade, diabetes tipo 2 e outras doenças metabólicas relacionadas com a obesidade.
Se tudo der certo nos estudos (e se não surgirem efeitos colaterais indesejados), e for possível criar uma droga segura e funcional, e ainda, se nos testes em humanos a desativação da MTCH2 repercutir nos mesmos benefícios vistos em camundongos, creio que entre uns 5 a 10 anos pode surgir um medicamento seguro e aprovado para humanos.
Imagina só: um remédio que não obriga você a cortar tudo da dieta, mas que faz seu metabolismo gastar mais energia de forma natural, direto nas mitocôndrias.
O que fazer enquanto isso?
Enquanto a ciência não entrega esse superpoder mitocondrial, fica a velha máxima: treino forte, alimentação inteligente, sono de qualidade e… paciência.
Referências:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/40051328/
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/38158152/
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26876167/
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11180440